Créditos foto: CNBB
A 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) chegou ao fim no início da tarde desta sexta-feira, 16 de abril. Desde a segunda-feira, 12 de abril, os bispos do Brasil estiveram reunidos, pela primeira vez de forma online. Ao final do encontro, o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB manifestou gratidão e ação de graças a Deus e cada um dos que se envolveram no trabalho e assumiu um compromisso: “Saímos com a consciência de que temos importantíssimas tarefas legadas por esta 58ª Assembleia Geral”. A Assembleia chega ao fim com ação de graças e louvores a Deus pelos dons recebidos e ofertados durante estes cinco dias de Assembleia. Confira os destaques deste último dia de Assembleia.
Mensagem ao Povo brasileiro: O episcopado brasileiro reunido em Assembleia, de modo online, se dirigiu ao povo brasileiro por meio de uma mensagem. No texto, os bispos afirmam que diante da atual situação pela qual a o Brasil, sobretudo em tempos de pandemia, não podem se calar quando a vida é “ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada”. Os bispos asseguram que são pastores e que têm a missão de cuidar. “Nosso coração sofre com a restrita participação do Povo de Deus nos templos. Contudo, a sacralidade da vida humana exige de nós sensatez e responsabilidade”. Na mensagem, os bispos reiteram que no atual momento precisam continuar a observar as medidas sanitárias que dizem respeito às celebrações presenciais. Reconhecem agradecidos que as famílias têm sido espaço privilegiado da vivência da fé e da solidariedade. Os bispos afirmam que os três poderes da República têm, cada um na sua especificidade, a missão de conduzir o Brasil nos ditames da Constituição Federal, que preconiza a saúde como “direito de todos e dever do Estado” e que o momento exige competência e lucidez. Fazem, ainda, um forte apelo à unidade das Igrejas, entidades, movimentos sociais e todas as pessoas de boa vontade, em torno do Pacto pela Vida e pelo Brasil. Confira o texto na íntegra: http://mitrascs.com.br/noticias/detalhe/520
Ministérios do leitorado e acolitado às mulheres: Na vasta pauta de assuntos abordados pelo episcopado brasileiro, esteve a questão dos Ministérios concedidos às mulheres. No dia 11 de janeiro de 2021, o Papa Francisco publicou a Carta Apostólica em forma de Motu Próprio Spiritus Domini, na qual altera o primeiro parágrafo do cânon 230, do Código de Direito Canônico (CDC), estendendo o ministério do leitorado e acolitado também às mulheres. Trata-se da possibilidade de todo batizado e batizada ser instituído para o ministério de leitor e acólito. “A nova redação do Código de Direito Canônico diz que esse ministério pode ser confiado a todos os fiéis que forem idôneos, do sexo feminino ou masculino”. A motivação para a mudança é auxiliar a ação evangelizadora da Igreja, que cabe a toda a comunidade eclesial.
Comissão para a Ação Missionária: O bispo de Chapecó (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB, dom Odelir Magri, apresentou o trabalho que tem sido realizado no período de pandemia, voltado para concretizar o Programa Missionário Nacional. A atuação está dividida em três frentes: Ação Missionária, Cooperação Intereclesial e Pastoral dos Brasileiros no Exterior.
POM: O diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Maurício Jardim, que teve o mandato renovado por mais cinco anos, falou sobre o processo universal de renovação das POM; sobre a Campanha Missionária 2021, cujo tema será “Jesus Cristo é missão” e o lema “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4, 20); sobre a coleta missionária e ainda sobre o Congresso Missionário que será realizado em 2023.
CEFEP: Foi apresentado um vídeo do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Camara (Cefep) sobre a Capacitação de lideranças em Políticas Públicas, realizado em parceria com a Comissão para o Laicato, a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora e a Assessoria Política da CNBB. Padre Paulo Adolfo Simões, secretário executivo do Cefep, também divulgou a formação para representantes nos conselhos de política públicas, cuja terceira edição, em formato virtual terá como foco o controle do orçamento público. Até o momento, as formações alcançaram 164 lideranças.
Conferência Eclesial da Amazônia: O bispo de Puerto Maldonado, no Peru, dom David Martínez de Aguirre, representando a Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama), falou aos bispos do Brasil sobre os projetos e iniciativas do organismo que envolve as Igrejas Particulares da região Pan-Amazônica com o intuito de colocar em prática as indicações do Sínodo para a Amazônia, como “delinear o rosto amazônico da Igreja” e “continuar a tarefa de encontrar os caminhos da missão evangelizadora, colocando em prática a ecologia integral”. A Ceama está trabalhando e com 21 núcleos temáticos assumidos como prioridades pastorais. Tais núcleos estão organizados em torno dos sonhos apresentados pelo Papa Francisco na exortação apostólica Querida Amazônia – para cada sonho, um conjunto de prioridades fundamentais.
Cimi: O arcebispo de Porto Velho (RO) e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Roque Paloschi, apresentou o cenário político indigenista, caracterizado entre outras condicionantes, pelas violações de direitos humanos dos povos indígenas, mais de mil indígenas mortos e mais de 50 mil infectados pelo novo coronavírus, além da omissão e falta de diálogo do atual governo.
Comissão para a Ecologia Integral: O bispo de Caxias do Maranhão (MA) e presidente da Comissão Especial para a Ecologia Integral e Mineração da CNBB, dom Sebastião Lima Duarte, comunicou que o colegiado acompanha e lamenta o cenário de destruição, impunidade e de implantação de grandes projetos no contexto socioambiental brasileiro. Recordou as notas divulgas desde o ano ado, nas quais a comissão manifestou preocupação com os riscos a que trabalhadores estão expostos por conta do coronavírus nas atividades de mineração e questionou o acordo do Governo de Minas Gerais com a Vale e o Tribunal de Justiça do Estado nos casos de rompimentos de barragens. Também destacou a construção de uma carta ao governo brasileiro construída junto com o Movimento Católico Global pelo Clima para alertar o pedido de investidores católicos por compromissos de preservação ambiental.
Comissão para os Bispos Eméritos: O bispo emérito de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ), dom Francisco Biasin, fez uma apresentação que arrancou aplausos dos bispos ao abordar a relação dos bispos eméritos com os bispos diocesanos e as ações da Comissão Especial para os Bispos Eméritos, aqueles que deixaram o governo diocesano por atingir a idade de 75 anos ou por outro motivo acolhido pelo Papa. Atualmente, são 165 bispos eméritos no Brasil. Durante a pandemia, três eméritos morreram em decorrência da covid-19.
Animação Bíblico Catequética: Em 2021, a Igreja no Brasil celebra os 50 anos do Mês da Bíblica. O arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, dom José Antônio Peruzzo, falou sobre a preparação para este momento e pediu atenção e adesão das dioceses para difusão da Palavra de Deus por meio do aproveitamento do cinquentenário do Mês da Bíblia.
Juventude: A Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB também apresentou suas atividades e projetos. O bispo de Valença (RJ) e presidente, dom Nelson lino, junto com os assessores, ressaltou a “intensificação da formação na sinodalidede, partilha, inclusão” e a criatividade da Pastoral Juvenil na ação solidaria É tempo de cuidar. Também foi apresentada a alteração do processo formativo ligado à Jornada Diocesana da Juventude e ao Dia Nacional da Juventude. A Comissão está pensando em alteração do caminho formativo por conta da alteração de datas pelo Papa Francisco. O Plano de Evangelização Juvenil também será reformulado, num processo de revitalização da Pastoral Juvenil já iniciado. A Comissão também tem atuado por meio de cursos e capacitações oferecidos pela modalidade EaD; atividades online como lives, encontros, lectio-divina nas redes sociais e campanha; além de Campanhas publicitárias de evangelização.
Pastoral Afro-Brasileira: O arcebispo de Feira de Santana (BA) e referencial para a Pastoral Afro-Brasileira, dom Zanoni Demettino Castro, agradeceu o apoio da CNBB ao trabalho junto às comunidades negras e pela publicação do texto de estudos sobre a Pastoral Afro-Brasileira, de número 85. Ressaltou o compromisso da Igreja com o povo negro e o desejo de que o texto de estudo seja um documento da Conferência. Dom Zanoni também pediu que a CNBB assuma com todo empenho a causa do negro com uma Comissão Episcopal voltada para ao tema.
Cultura e Educação: A Comissão de Cultura e Educação, por meio de seu presidente, dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Montes Claros (MG), também destacou as atividades durante a pandemia, como as Lives de Quarta Webinar; as reuniões; as ações dos Setores Educação, Universidades, Bens Culturais e Cultura com oferta de subsídios e iniciativas pastorais. Foi destaque a apresentação sobre o Acordo de Cooperação Técnica entre a CNBB e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), cujo objetivo é realizar ações conjuntas para preservação e valorização do Patrimônio Cultural e Material da Igreja Católica. A Comissão também comunicou da preparação de um texto de estudos sobre o Ensino Religioso.
Ação Sociotransformadora: O bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB, dom José Valdeci dos Santos Mendes, falou da proximidade com as 26 Pastorais Sociais e organismos desde o início da pandemia e contou que o questionamento sobre “como ser Igreja profética e samaritana no tempo desafiador de pandemia” tem norteado as reflexões nos últimos meses. Desde maio do ano ado, são realizadas reuniões mensais com prioridade de partilhas em campos afins: mobilidade humana, pastorais do campo, pastorais urbanas e pelo direito à saúde, – articulação e ações conjuntas. Dom Valdeci partilhou as percepções a partir das reuniões com relatos de dores e desafios enfrentados pelos agentes Brasil afora. Também comentou do envolvimento e apoio à CFE 2021; do diálogo com entidades da sociedade; e o planejamento e realização de formações. A Comissão ainda está envolvida nas redes eclesiais na América Latina, como a do Aquífero Guarani e do Grande Chaco.
Laicato: Ao apresentar os destaques do trabalho nos últimos meses, o bispo de Tocantinópolis e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, dom Geovani Pereira de Melo, convidou o bispo de Floresta (PE) e membro da Comissão, dom Gabriel Marchesi, para falar do 15º Intereclesial das CEBs, que será de 18 a 23 de julho de 2023, em Rondonópolis (MT). O tema será “CEBs: Igreja em saída em busca de vida plena para todos e todas” e o lema “Vejam! Eu vou criar novo céu e uma nova terra (Is 65, 17ss)”. Após a apresentação sobre o intereclesial, dom Geovani informou da construção dos parâmetros básicos para formação do Laicato por parte do Setor Leigos da Comissão; divulgou o Seminário dos Bispos Referenciais dos Setores Leigos e Cebs nos dias 10 e 11 de agosto, de forma virtual; e ressaltou a importância de incentivar a pesquisa sobre os profissionais cristãos.
Comunicação: A última Comissão a apresentar suas ações e projetos foi a Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação. O bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e presidente da comissão, dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, divulgou o Mutirão de Comunicação, marcado para os dias 23 e 24 de julhio, em formato online, e o programa da CNBB – Igreja em Saída, a Igreja no Brasil – produzido e retransmitido pelas emissoras de TV de inspiração católica e que vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 11h35.
Saudação aos es Diocesanos: O bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, dedicou um momento para saudar os es diocesanos, que estão à frente de uma arquidiocese e outras oito dioceses vacantes. Alguns que disseram adeus a seus bispos recentemente, fizeram memória dos pastores falecidos.
Homenagem: Ainda no contexto da memória, foi apresentado ao final do encontro, antes da oração, um vídeo para recordar os bispos que faleceram desde a última assembleia. Ao som de “Eu o ressuscitarei”, a homenagem emocionou os presentes ao recordar grandes pastores e suas entregas à missão da Igreja. Os bispos também homenagearam o Papa emérito Bento XVI. Com uma Ave-Maria conduzida por dom Antônio Emídio Vilar, rezaram pela vida do aniversariante do dia, que completa 94 anos de vida.
Avaliação da Assembleia: No início da tarde desta sexta-feira, 16/04, a presidência da CNBB concedeu uma coletiva de imprensa avaliando as atividades da Assembleia.
Dom Walmor Oliveira Azevedo: “Eu chego para esta conversa com o coração cheio de gratidão. Quando o coração da gente é grato e encontra razões para a gratidão, o mistério do coração de Deus transborda” – Com essas palavras o arcebispo de Belo Horizontes e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira Azevedo, deu início ao seu diálogo com os jornalistas. Durante sua fala, o presidente da Conferência fez um balanço geral das principais implicações do evento que pela primeira vez aconteceu de forma virtual. “Realizamos a 58ª Assembleia Geral da CNBB. Não foi um congresso de cientistas, nem de politólogos, nem de especialistas desta ou daquela área. Foi um encontro de pastores e servidores do Povo de Deus. Fizemos um caminho em quatro dias e meio com muita qualidade. A pauta foi extensa e nós a cumprimos com partilhas, discussões, debates e decisões importantes tomadas”, declarou dom Walmor.
Dom Jaime Spengler: “Agora, após estes dias de trabalho, eu creio que nós podemos dizer que é possível, sim, utilizar também as plataformas digitais, a tecnologia, para realizar uma Assembleia Geral da CNBB”, afirmou o arcebispo de Porto Alegre e 1º vice-presidente da CNBB, dom Jaime Spengler. Segundo ele, havia uma expectativa grande em torno da realização desta assembleia geral, mas o balanço é bem positivo. “Primeiro, pelo fato de não termos podido celebrar como programado a assembleia no ano ado, pois ela foi adiada devido a situação da pandemia. A segunda situação é pela utilização da tecnologia, algo inédito. Surgiram questões de como seria acompanhar a participação de praticamente quatrocentas pessoas através da internet. Terceiro, como realizar os encaminhamentos característicos de uma assembleia como a nossa, seguindo os estatutos da conferência”.
Dom Mário Antônio da Silva: “Não foi uma mera Assembleia Geral. Foi uma Assembleia de importância histórica, eu diria, uma nobre Assembleia”. Estas foram as primeiras palavras pronunciadas pelo 2º vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo de Roraima (RR), dom Mário Antônio da Silva. A maneira como foi desenvolvida, os assuntos que foram abordados a partir do tema central e o trabalho construído ao longo de toda a semana foram destacados por Dom Mário. “Irão surgir muitos frutos. Eu considero como uma nova semeadura. Que as sementes nobres lançadas continuem encontrando terrenos férteis, mas não só para o episcopado, mas para a vida da Igreja, do Brasil e do mundo”, afirmou. Dom Mário também pontuou uma das novidades desta Assembleia: realizada 100% na modalidade online. “É verdade que ela foi online, o que não substitui o presencial, mas foi tão frutuosa e correspondeu ao momento da pandemia, mostrando a necessidade que temos de sermos responsáveis e evitar aglomerações”, disse.
Assista a coletiva de imprensa completa em: https://www.youtube.com/b9791a7d-214d-4b2f-975e-6568f4c98516
Dom José Gislon, Presidente da CNBB Regional Sul 3 e bispo de Caxias do Sul, divulgou esta tarde um vídeo com a sua palavra de avaliação. Segundo ele, “além do estudo foi um momento de encontro fraterno”, de muita preocupação com a realidade do Brasil, especialmente pela pandemia, e de vivência da nossa missão de ser Igreja. Veja o vídeo completo em: https://youtu.be/Hbh_GONLy9Y
Ação de Graças e Louvor a Deus: Para encerrar a 58ª Assembleia Geral Ordinária da CNBB em sinal de ação de graças, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da entidade, dom Joel Portella Amado exibiu um vídeo produzido com a música Te Deum, uma expressão cuja origem latina da palavra significa: “A Ti louvamos, ó Deus”. Confira: https://youtu.be/Fi4ToLkgOv4
Autor: Imprensa CNBB - Adaptação: Diácono Giovane GonçalvesFonte: https://mitrascs-br.diariodoriogrande.com/