Caros diocesanos.
Continuamos a viver a alegria do Tempo Pascal, que nos faz renovar as promessas
batismais com todas as suas consequências, sobretudo na relação filial com Deus
e comunhão fraterna com as outras pessoas. Neste contexto, no próximo domingo,
celebramos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Na Igreja do Brasil, vivemos
mais um Ano Vocacional, como destacamos nas mensagens de janeiro ado. O
Papa Francisco, neste Domingo, sempre emite uma mensagem vocacional. Em 2016,
abordou o tema da Igreja como mãe das vocações, tanto no sentido amplo de
vocação cristã, como da vocação particular. O dom divino da vocação, que tem
sua origem no olhar comivo de Jesus, nasce no meio do povo de Deus. A
Igreja torna-se, assim, terra fértil, onde a vocação germina, cresce e dá
fruto. O Pontífice afirma: “A chamada de
Deus acontece através da mediação comunitária. Deus chama-nos a fazer parte da
Igreja e, depois dum certo amadurecimento nela, dá-nos uma vocação específica.
O caminho vocacional é feito juntamente com os irmãos e as irmãs que o Senhor
nos dá: é uma con-vocação”. A vocação torna-se, assim, uma existência a
serviço do desígnio de Deus, dentro da história de seu povo e longe do
individualismo e da indiferença. O Papa recomenda o cuidado das vocações, para
que a comunidade cristã esteja atenta e presente na germinação, na formação e
na perseverança das vocações (cf. EG 107).
O Papa Francisco aprofunda três aspectos da relação vocação e Igreja:
1. A vocação nasce na Igreja: A comunidade torna-se casa e família onde nasce a vocação. Ninguém é chamado só para uma região, grupo, movimento, mas para a Igreja e para o mundo: “Um sinal claro da autenticidade dum carisma é a sua eclesialidade” (EG 130), afirma o Papa. A vocação nasce na Igreja e para a Igreja.
2. A vocação cresce na Igreja: A comunidade eclesial permanece sempre o ambiente educativo fundamental para as diversas vocações. Por isso torna-se importante no processo da formação que o candidato conheça a comunidade eclesial e nela faça experiências pastorais.
3. A vocação é sustentada pela Igreja: Assumido o compromisso vocacional definitivo, a pessoa coloca-se a serviço da comunidade eclesial. O Santo Padre afirma: “Quem consagrou a própria vida ao Senhor, está pronto a servir a Igreja onde essa tiver necessidade”. Por sua vez, a comunidade cristã acompanha e sustenta os seus missionários e lhes permanece sempre como segura referência vital.
O Papa Francisco exorta ainda a comunidade cristã para que seja, a exemplo de Maria, seio materno que acolhe o dom do Espírito Santo. Sua maternidade exprime-se pela oração, pela ação educativa e pelo acompanhamento dos que se sentem chamados. A mensagem papal termina com uma oração, a qual rezamos com fervor:
“Pai de misericórdia, que destes o vosso Filho pela nossa salvação e sempre nos sustentais com os dons do vosso Espírito, concedei-nos comunidades cristãs vivas, fervorosas e felizes, que sejam fontes de vida fraterna e suscitem nos jovens o desejo de se consagrarem a Vós e à evangelização. Sustentai-as no seu compromisso de propor uma adequada catequese vocacional e caminhos de especial consagração. Dai sabedoria para o necessário discernimento vocacional, de modo que, em tudo, resplandeça a grandeza do vosso amor misericordioso. Maria, Mãe e educadora de Jesus, interceda por cada comunidade cristã, para que, tornada fecunda pelo Espírito Santo, seja fonte de vocações autênticas para o serviço do povo santo de Deus. Amém!”
Dom Aloísio Alberto Dilli - Bispo de Santa Cruz do Sul